“Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor”. Essa foi a resposta de João Batista, quando interrogado pelas autoridades Judaicas de Jerusalém, sobre a sua identidade espiritual.
E nessa pregação sobre João Batista, nós poderemos perceber uma das principais características dessa comitiva, que foi enviada de Jerusalém para confrontar o rústico pregador, que vestia roupas feitas de pêlos de camelos, e comia gafanhotos com mel silvestre.
Assim como João Batista, a maioria das disputas de Jesus, com a liderança Judaica de Jerusalém (isso precisa ficar bem claro, de que era com a liderança de Jerusalém), era a respeito do conceito de autoridade!
Quem está no comando? Esta era a natureza da pergunta dos Sacerdotes a João.
E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? João 1:19
João Batista e os Essênios de Qumran. Eu sou a voz que clama no deserto.
Neste texto do Evangelho de João, que retrata os eventos ocorridos pouco antes do Batismo de Jesus, nós lemos que a liderança religiosa que era sediada na cidade de Jerusalém, estava em uma posição de autoridade em relação ao restante do país.
Eles eram a elite religiosa da nação (os Fariseus), e enviaram uma comissão composta de Levitas e Sacerdotes, para investigarem a João Batista. E publicamente o interrogaram:
És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
João 1:21,22
Em outras palavras, eles estavam dizendo, “você não tem autoridade para fazer essa cerimônia, com tal dimensão, fazendo batismos em massa do povo de Israel“. Isso também aconteceu com Jesus em um evento narrado no capítulo 10:24, quando as autoridades do Templo disseram que se Ele era realmente o Messias, precisava dizê-los primeiro!
A resposta de Jesus foi semelhante a um “não preciso da vossa aprovação, uma vez que sou aprovado por Aquele que é maior do que todos, o Deus de Israel”.
João também respondeu aos enviados dos Fariseus, com palavras que revelavam que a sua autoridade era da parte do Poder Maior, dos céus, que não precisava da aprovação dos homens, pois Ele escolhe e envia aqueles a quem aprouver:
Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. João 1:23
O historiador Judeu, do primeiro século, Flávio Josefo, escreveu sobre o pacto feito entre a rainha Alexandra de Jerusalém, e os líderes do movimento Farisaico (141 – 67 Antes de Cristo).
Sob a rainha Alexandra, os Fariseus se tornaram administradores de todos os assuntos públicos, com poder para expulsar [das sinagogas] e readmitir quem eles quisessem, e também para afrouxar e para apertar [a doutrina religiosa].
Josefo, guerras judaicas 1: 5: 2.
Temos que ter em mente, que em Jerusalém havia apenas um centro Espiritual – o Templo. Existia também, um grande conselho de sábios que formavam o Sinédrio (Sanhedrin). O Sinédrio julgava o povo, e tinha como membros os Sacerdotes do Templo, e um grande número de representantes do movimento dos Fariseus.
E como se insistissem, as autoridades de Jerusalém questionam a necessidade do Batismo de João. A resposta que recebem, os deixa ainda mais perplexos:
Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca. João 1:26,27
Daí podemos deduzir o seguinte:
Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?
Ezequiel 34:2
Por isso os Evangelhos vão mostrar que Jesus é o bom Pastor! Ele sim, deveria governar o Seu povo Israel!
Se eles não podiam entender o que João fazia com água, imagine a obra redentora de Jesus? O empoderamento dos Seus discípulos, segundo “a voz que clama no deserto”, seria com o Espírito Santo e com fogo!
Havia também uma comunidade que habitava no deserto, os Essênios. Tanto eles, quanto João Batista se declaravam “Eu sou a voz que clama no deserto”, citando Isaías 40:3.
Porém as marcações gramaticais do texto Masorético, em Hebraico Bíblico, traz um novo entendimento sobre esse verso.
Em Hebraico, Isaías 40:3, “Voz do que clama, no deserto preparai o caminho do Senhor”.
A própria versão Britânica em Português, já traz esse texto de Isaías 40:3 corrigido, de acordo com a acentuação do original Hebraico:
Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho de Jeová, endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus.
Isaías 40:3 (Versão Britânica)
Como resultado dessa interpretação / tradução, ambos, João Batista e a comunidade dos Essênios em Qumran, se referiam a si mesmos como estando no deserto preparando o caminho do Cristo, o Messias de Israel.
Também, tanto essa comunidade, quanto os primeiros discípulos de Jesus, se intitulavam pelo nome “O CAMINHO“.
e persegui este Caminho até a morte, acorrentando e entregando à prisão, não só homens mas também mulheres
Atos 22:4
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