Como Jesus Acalma a Tempestade? | Jesus no Barco | Estudo Bíblico
Nos Evangelhos de Mateus 8:23-27, e Marcos 4:35-41, encontramos a história em que Jesus acalma a tempestade. Há aspectos muito interessantes nestes versos, e revelações da natureza divina de Jesus.
Os elementos descritos no texto, o mar, a água, o vento, são usados por todos os Evangelhos, e pelo Novo Testamento como um todo, para ilustrar a missão do Mestre, de resgatar, purificar e salvar o homem.
E de forma até um pouco surpreendente, Mateus e Marcos descrevem um cenário que é muito similar a tempestade vivida pelo Profeta Jonas. Há diversos paralelos entre Jesus acalma a tempestade e a tormenta enfrentada pelo profeta.
E é com base nessas similaridades que gostaria de traçar as sete correspondências entre Jesus acalma a tempestade e a tempestade de Jonas, para construir o esboço do nosso estudo bíblico.
Veja comigo logo abaixo:
Jesus acalma a tempestade esboço
- Jonas dormia no barco que navegava em direção a Társis;
- Jesus também dormia na popa do barco no mar da Galileia;
- Os marinheiros de Jonas gritaram (clamaram) e tiveram que aliviar a carga do barco para não naufragar;
- Os discípulos também clamaram ao Mestre por causa da tempestade;
- Os discípulos aliviaram as “suas cargas” lançando-as sobre Aquele que “levou sobre si as nossas cargas”;
- O sinal de Jonas; e
- Quem é esse que até o vento e o mar lhe obedecem?
Jesus dormia no barco
Jesus estava na região da Galileia, evangelizando o povo por meio de muitas parábolas. Logo após, ele entrou no barco com seus discípulos, para chegar ao outro lado, na cidade onde encontraria o endemoninhado Gadareno.
O Mestre estava em missão, seguindo o Seu caminho em direção a fazer “a obra daquele que me enviou”. E estando nessa missão, no meio do caminho o vento “se levantou” e uma grande tempestade havia no mar.
E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram;
E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.
Mateus 8:23,24
E é aqui que começam as semelhanças e as diferenças entre Jesus e Jonas. Jonas enfrentou a tempestade porque fugia de fazer a vontade do Eterno. Jesus enfrentou a tempestade porque fazia a vontade de Deus.
A parte de maior semelhança, é o versículo que relata que Jesus estava dormindo no barco. Jonas também dormia quando a tempestade se levantou no mar.
Então temeram os marinheiros, e clamavam cada um ao seu deus, e lançaram ao mar as cargas, que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu ao porão do navio, e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono.
Jonas 1:5
Há similaridades até mesmo na linguagem do livro do Profeta Jonas e no Evangelho de Marcos. Em Jonas, lemos que o Profeta desceu para o יַרְכְּתֵי הַסְּפִינָה “yarketei hassefinah“, “porão do navio”.
Embora na tradução para o Português, o livro de Marcos traga que Jesus “estava na popa, dormindo“, em Hebraico as palavras usadas são בְּיַרְכְּתֵי הַסְּפִינָה beYarketei hassefinah, “no porão do navio”.
Os discípulos clamaram
E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos! que perecemos.
Mateus 8:25
O navio, o “barco”, simboliza a nossa vida, a nossa história. Jonas tentava ocultar a sua história da presença de Deus.
Jesus estava no barco. Porém de forma “oculta” naquele momento. Os discípulos precisaram vir até Ele. É semelhante o que ocorre conosco. Deus está na nossa vida.
Mas algumas vezes, principalmente durante as “tempestades”, Ele parece oculto, distante.
Mas é uma mera sensação nossa. Ele está presente. A ferramenta para chegarmos até Ele é a oração. Por isso os marinheiros de Jonas “clamaram“, e os discípulos também “clamaram” ao Mestre.
Em ambos os casos, a solução foi providenciada. Mas eles tiveram que clamar/orar.
Lançaram as cargas no mar
Se o texto de Jonas nos mostra que os marinheiros “lançaram ao mar as cargas, que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso”; quando do episódio em que Jesus acalma a tempestade, não há diretamente palavras que descrevam um ato igual.
Realmente não há esse relato no sentido literal, mas no sentido alegórico, pois ao clamarem a Jesus, os Apóstolos lançaram sobre Ele as suas cargas. Eles correram para o abrigo certo, pediram Àquele que tem o poder aliviar o “peso” dos temores, da dificuldade.
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Mateus 11:28Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si
Isaías 53:4
O sinal de Jonas
Jonas pediu voluntariamente que fosse jogado no mar, para que a tempestade cessasse, passando três dias e três noites no ventre do grande peixe – este é o sinal de Jonas;
O Filho do Homem, também se ofereceu, em nosso favor, para acalmar a tempestade eterna do pecado, estando três dias e três noites no “ventre” da terra.
Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.
Mateus 12:40
Jesus acalma a tempestade também no sentido espiritual. E isso é possível porque Ele se tornou uma oferta voluntária pelos nossos pecados. Ele retomou a direção do nosso “barco”, e nos concedeu a vida eterna.
Quem é esse que até o vento e o mar lhe obedecem?
E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?
Marcos 4:41
Os discípulos estavam maravilhados, e sentiram grande temor porque eles começaram, a partir daquele momento, a compreender quem era Aquele que estava com eles no barco.
Os Apóstolos conheciam muito bem a Bíblia, e em um lugar ela diz assim sobre a identidade de quem tem o poder de acalmar a tempestade:
Ó Senhor Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?
Tu dominas o ímpeto do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as fazes aquietar.
Salmos 89:8,9
E em outro lugar afirma:
Então clamam ao Senhor na sua angústia; e ele os livra das suas dificuldades.
Faz cessar a tormenta, e acalmam-se as suas ondas.
Então se alegram, porque se aquietaram; assim os leva ao seu porto desejado.
Salmos 107:28-30
O que a Bíblia nos revela é que somente Deus tem o poder de acalmar as ondas, o vento e o mar. Jesus acalmou a tempestade porque Jesus é o Eterno!
É pura revelação, Ele é Deus!
Além disso, as Escrituras mostram que desde o princípio, o Eterno já demonstrava o Seu poder sobre as águas, conforme o Gênesis 1:2.
e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Gênesis 1:2
Um grupo de Rabinos, na tradição oral, buscou descobrir quem era o “Espírito” que pairava sobre as águas no princípio. Veja a conclusão a que eles chegaram:
“…e o Espírito de Deus pairava” – isto é o espírito do rei, messias, como você diria (Isaías 11:2), “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor.”
Em que mérito aquele que pairava sobre as águas vem? No mérito do arrependimento, que é comparado à água, como está escrito (Lamentações 2:19), “derrama o teu coração como águas diante da presença do Senhor”.
Talmude da Babilônia, Tratado Nedarim 39b.
Segundo a tradição oral, o Espírito de Deus é o Espírito de Jesus, ou seja, é Jesus. Mais uma prova de que Jesus é o Senhor dos exércitos.
Água representa o arrependimento. Jesus tem o poder sobre o mar, sobre a água – isto é – Ele pode derramar um espírito de arrependimento.
Obedecer é ouvir
A última parte do versículo de Marcos 4:41 “lhe obedecem“, em Hebraico a palavra נִשְׁמָעִים “nishmaim” é o verbo shamá, “ouvir”, na construção do Nifal, a voz passiva, significando obediência.
Os que ouvem, são aqueles que obedecem. Ouvir, na Bíblia, significa obedecer. No momento em que Jesus acalma a tempestade, até o vento e o mar o ouvem, e o obedecem.
Se os elementos da natureza o obedecem, quanto mais não deveríamos fazer o mesmo?
E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Marcos 4:9
Como as tempestades são formadas no mar da Galileia?
O vento que causa a tempestade é proveniente do deserto do Saara, que é canalizado pela fenda Siro-africana, que forma a região do vale do Jordão, desde o mar vermelho.
O vento é canalizado por essa “brecha” nas montanhas e “sobe” pelo vale, até chegar ao mar da Galileia.
Vales simbolizam lugares baixos, e tempos difíceis.
Fendas e “brechas” simbolizam falhas, imperfeições, fraquezas que todos nós temos, e que podem ser usadas para que o “vento” penetre e suba e cause tempestades no nosso “barco” – isto é, na nossa vida.
Ainda assim, há um escape. Se clamarmos, Jesus acalma a tempestade!
Deus te abençoe muito, Shalom Adonai.
muito muito proveitosa mesmo esta leitura duas passagens muito importantes pra nossas vidas entendendo quem realmente é o nosso salvador JESUS CRISTO
amem e muito obrigado
Muito bom. Edificante👏👏👏👏
Maravilhoso seus estudos que Deus continue te usando
Ótimo ensino da palavra de Deus, fui edificado.
amem bencao de deus
Muito bom Deus continue lhe abençoando
Maravilhoso!
Gosto muito dos seus estudos tem me ajudado no ensino da Bíblia
Excelente todo conteúdo aplicado, nos estudos trazidos pelo irmão. Parabéns. Que o Espírito Santo revelador de toda essa Verdade, continue sendo seu Guia..